Retextualização? EU FAÇO: o que é?






"O termo retextualização é novo no Brasil. A retextualização ocorre  quando se realiza a tarefa de 'transformar' o que é falado em escrito. Porém, segundo Marcuschi (op. cit.), essa é apenas uma das formas possíveis de se fazer retextualização. Travaglia (1993) utilizou o termo em sua tese de doutorado sobre a tradução de uma língua para outra. Mayrink-Sabison (1991) e Abaurre et alii (1995) usam, no lugar de retextualização, as expressões refacção e reescrita, observando aspectos relativos às mudanças de um  texto no seu interior (uma escrita para outra, reescrevendo o mesmo texto) sem envolver as variáveis que incidem no caso da retextualização como tratada por Marcuschi (op. cit.), que se preocupa com a passagem da fala para a escrita.
A retextualização não pode ser vista como um mero processo mecânico, uma vez que a passagem do falado para o escrito não ocorre de forma natural da mesma maneira que ocorre nos processos de textualização.
Para Marcuschi (op. cit.), a atividade de retextualização, a passagem do falado para o escrito, não é a passagem de algo descontrolado e caótico (a fala) para algo controlado e bem-formado (a escrita). O autor diz ainda que, ao passar o texto falado para a modalidade escrita, aquele receberá interferências que dependerão do que se tem em vista. Concluindo essa ideia, ele afirma que a passagem da fala para a escrita não é a passagem do caos para a ordem: é a passagem de uma ordem para outra ordem (Marcuschi, op. cit.: 47)."


Silva, Sílvio Ribeiro da.   A RETEXTUALIZAÇÃO NO GÊNERO AULA ACADÊMICA.

Letras & Letras, Uberlândia, 20 (2) pp.85-102, jul./dez. 2004

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