Poesia de um gênio: Calma aí
Primeiro as coisas primeiras: Corações quebrados não colam assim, E cachaça nunca foi superbonder. Quando muito, você aprenderá Que pode sobreviver dos cacos, E talvez – eu disse talvez Consiga regenerar um novo coração A partir de um desses cacos, Como se fosse um rabo de lagartixa, Ou um braço de vampiro. Você tem que parar com essa mania feia De achar que as coisas vão dar certo. Não vão. Sequer as coisas vão dar, E não dá mais para você pensar Que o mundo é um lugar perfeito. Está mais do que na hora De tirar os óculos cor-de-rosa E se afundar no mundo cinza Que você ajudou a construir, Chafurdar nos pântanos do Senhor. Um dia – um dia qualquer, quem sabe Um estranho vai aparecer na tua mesa E perguntar se você tem fogo, Ou se sabe dançar, Ou perguntar que bicho deu hoje, sei lá, E você vai entender Que vida é fluxo, movimento, E que o rio tem que correr pro mar Senão vira água empoçada e valão. E só aí você vai ser feliz. Ponho esta poesia aqui